quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E-readers: Mas pra quê? (Parte II)

Na primeira parte falamos sobre porquê você deveria se preocupar em adquir um e-reader, agora é a hora de saber um pouco sobre o quê você pode comprar e o que fazer com esses bichos.

Primeiro vou ser sincero. Não tenho nenhum e-reader, nunca tive, nem nuca vi ao vivo e sinceramente acho difícil eu adquirir um a curto prazo (explicarei o porquê na parte III). Mas posso lhe garantir: vi tantos videos e li tanto a respeito que sou quase um guru. Então diferente de fazer um review de algo que eu não tenho, vou fazer um overview sobre o que li.

Vamos aos fatos. 2009/2010 foi o boom dos e-readers então existe uma penca de modelos para escolher. No Brasil temos o pioneiro da loja virtual de ebooks Gato Sabido, o COOL-ER:

Gato Sabido

Recentemente no mercado nacional apareceu o Positivo Alpha da Positivo (duh!), que traz touch-screen à tela de e-ink, o que melhora a usabilidade mas diminui um pouco a qualidade dos textos. A Bia do blog "Garota Sem Fio" fez um excelente review, então aqui vai o link para ver as impressões dela.

Garota Sem Fio: Review do Positivo Alpha


No ambito internacional temos o PRS-600 (E toda linha dos PRS) da Sony, que também são touch-screen (acredito que os pioneiros em touch-screen para e-ink), acompanha um caneta stylus para fazer anotações nos textos e até desenhar.

Sony PRS-600


Por último temos o cara que fez todo o boom no mundo dos e-readers, o Amazon Kindle, que talvez até não seja o melhor, mas de longe é o mais famoso dos e-readers. A última versão (Kindle 3), possui uma tela com contraste visívelmente melhor que a dos concorrentes graças a uma nova geração de telas e-ink. É um dos mais leves e finos apresentando também um dos melhores desempenhos para leitura de PDFs (o calcanhar de Aquiles dos e-readers). Vinculado diretamente a livraria digital da Amazon, é ele que possui o maior acervo de livros digitais da atualidade. Existe também o Kindle DX, que é um kindle grandão que por seu tamanho melhora a leitura mas sacrifica a portabilidade. Abaixo um ótimo review do Kindle 3 feito pela Lisa da MobileTechReview:

MobileTechReview: Kindle 3


De forma geral, os e-readers possuem funcionalidades semelhantes como criar marcação nas páginas dos livros, criar anotações e sublinhar trechos. Eles também apresentam normalmente algum tipo de dicionário imbutido, onde você escolhe a palavra e o significado surge em um canto da tela. Evidentemente o Kindle não traz um Aurélio nacional como o Positivo Alpha traz, mas sim um Oxford English Dictionary. Além disso é comum os e-readers também tocarem mp3, já que alguns também dão suporte à audiobooks.

Onde o bicho realmente pega é nos formatos de leitura e distribuição digital. Que é o que tratarei agora.

Formatos e Distribuição Digital

O formato de leitura digital "aberto" e que todos deveriam suportar é o ePub, que mais parece um HTML modificado para as necessidades dos livros digitais. Este é um formato bastante utilizado por lojas internacionais e em sites que oferecem livros gratuitos não-pirateados.

Outro formato bastante comum e o preferido das livrarias digitais do Brasil é o bom e velho PDF, que ironicamente não é o formato ideal para e-readers já que são pesados e não permitem alterar o tamanho das fontes (PRS da Sony como excessão). É bastante lento quando envolve imagens e arquivos com diagramação complexa (coisa que com a velocidade do Kindle 3 parece ter melhorado bastante). Existem bastante videos no YouTube mostrando exemplos de leitura com PDFs.

É comum também ver readers que leêm os arquivos DOC (do Word) e TXT simples. Nhé.

A maioria dos e-readers suportam todos esses formatos com excessão do... Kindle! D'oh! Na verdade ele só não suporta ePub (o formato GRATUITO), evidentemente porque as livrarias concorrentes o fazem, então você poderia comprar um Sony PRS e ler livros da Amazon. Bom o Kindle tem o formato proprietário AZW para seus livros, que para serem lidos em outros readers deve-se fazer uma conversão via software (que pelo que li é ilegal apropósito).

Ok, muito bla, bla, bla, mas na prática isso quer dizer o quê? Para quem quer ler livros em português a maioria das lojas brasileiras só vendem arquivos no formato PDF, o que é normalmente ruim para um e-reader. Para as lojas internacionais e os livros gratuitos (não roubados) quase sempre disponibilizam o formato ePub. Mas algo é fato. O maior acervo de livros digitais hoje está no formato Kindle. De uma olhada no site da Amazon e veja se o seu livro preferido esta lá (lembrando, que quase 100% de tudo é em inglês). Independente de se comprar livros digitais internacionais ou nacionais o preço oscila entre 10 - 20 Reais (já com Dolar convertido). O que é bastante justo. A não ser é claro que você ache que o trabalho do autor não valha seus 15 mangos.

Um detalhe da distribuição digital é: alguns e-readers tem conexão Wireless (e 3G também) que permitem a compra dos livros diretamente pelo aparelho, o que torna o processo bastante prático. Você vai para uma viagem, para num hotel e compra seu livrinho sem demoras. Interessante.

Bom, isto é o que tenho a dizer nesta segunda parte da cruzada dos e-readers. Na terceira e última estarei dando minhas opiniões pessoais sobre isso tudo, falarei sobre o que esta por vir e por último porque eu não recomendaria comprar um e-reader HOJE.

Até lá!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E-readers: Mas pra quê? (Parte I)


De tempos em tempos onde trabalho, uma onda de busca por conhecimento e sabedoria atravessa a mente dos funcionários. Estes acabam se sentindo obrigados a pesquisar a fundo um tema aleatório qualquer. Especialistas já chamaram isso de "Wagner Paz Effect", mas não vou me ater a esse tipo de piada interna.

Em fim, o tema que nos atingiu semana passada foram os e-readers. Sim, você provavelmente já ouviu falar sobre eles em algum momento da sua vida. São aqueles gadgets que tem como a única função permitir leitura de obras digitais. E . Sim, isso. Um mini computador, que só serve para ler documentos, acesso bastante praticamente nulo a internet, sem jogos sofisticados, sem editor de texto robusto, sem editor de imagens... Em fim, meramente uma tela preto e branca que ainda possui um refresh rate (velocidade de atualização da tela) bastante ruim. Todo esse maravilhoso acervo de funcionalidades por preços que no Brasil, podem variar de 600 a 1200 mangos, praticamente o preço de um netbook capaz de muito mais coisas.

Numa era onde celulares quase falam por você e iPhones gigantes chupam cana e assoviam você se pergunta: O que diabos eu quero com um e-reader? Bom o grande diferencial esta na tela dele. A tela dos e-readers são feitos com uma tecnologia chamada de e-ink, ou tinta eletrônica que tenta simular a sensação de leitura de um papel convencional.

Não estou falando de efeitos de transição de página bonitos, mas sim de uma tela que não emite luz nem possui reflexo. Ou seja, você pode estar de baixo do sol e não haverá problemas de leitura por causa do reflexo do sol, exatamente como um papel. Some o fato de que a ausência de emissão de luz diretamente da tela aos seus olhos é algo que diminui significativamente a fadiga visual, e isso meus caros, é uma vantagem muito forte para os leitores de plantão.

Claro, ele é preto e branco. Nhé. Mas bem, livros em sua maioria também são em preto e branco e ninguém reclama. A maioria das pessoas quando fazem cópias de livro com imagens não parecem dar a mínima para a escala de cinza. E isso remete a outra vantagem. Bateria. Estamos falando de carga de bateria que dura um mês inteiro. Sim você leu certo, é carga para dar e vender. Na realidade a tecnologia é tão interessante que só há gasto efetivo de energia durante as trocas de página, ou seja, você pode pregar seu e-reader na parede, colocar uma imagem do seu cachorro, e usar como quadro.

Por último mas não menos importante e-readers são leves, coisa de 200 gramas, o que em alguns casos é até 3x mais leves que um iPad ou 8x mais leves que um notebook por exemplo. Eles também são muito mais cômodos que um Netbook ou Notebook em termos de ergonomia na hora de segurar para ler.

Pegue todas essas vantagens e se imagine lendo seus livros tranquilamente na varanda, tomando solzinho e ar fresco, sem reflexos, sem fadiga visual com extrema facilidade e conforto. Estenda isso para viagens de ônibus, estadia em hotéis, no sofá da sua sala... Parece mais interessante agora? Espero que sim.

Bom, esta é a primeira parte do tema, espero ter atiçado a curiosidade dos leitores para essa tecnologia tão bacanuda, e principalmente destruir o mito de que e-readers são anos luz piores que tablets ou que estes já nasceram mortos.

Na segunda parte falarei um pouco sobre os modelos existentes, a distribuição dos livros e um pouco mais sobre suas funcionalidades. Para encerrar na terceira e última parte, comentarei sobre o futuro dos e-readers e porque que não é uma boa hora de comprar um.

Até lá!